OCUPANDO O LATIFÚNDIO ELETROMAGNÉTICO

Posts tagged “movimento

Rádios livres e comunitárias: A reforma agrária do ar – Revista Sina

Nessas buscas da vida e da rede, achamos esse texto recente (fim de agosto de 2011) aí — publicado originalmente na página da Revista Sina. Assim, decidimos compartilhar aqui esse artigo — para que todos possam ler, pensar e agir coletivamente! Para quem quiser pensar um pouco, e entender melhor, as convergências e as diferenças entre as Rádios Comunitárias e Rádios Livres, fica a dica desse texto aqui.

***

Rádios livres e comunitárias: A reforma agrária do ar

Por  João Guató, especial para Sina

As rádios comunitárias autorizadas ou não estão realizando uma verdadeira reforma agrária do ar no Brasil. Elas são na atualidade meios de comunicação de massa que buscam preencher “espaço” vazio com conteúdos populares de interesse da população.

riadas com o modelo de “rádio é serviço” os ouvinte tem a opções niveladas pelo chamado gosto médio. É no contexto da transgressão política e diversão dos adolescentes que as rádios livres e comunitárias nasceram no Brasil e no mundo por mãos da sociedade civil organizada ou não. Muitas delas nasceram sem a pretensão de “conscientizar” ou realizar algum tipo de “contra informação”, mas simplesmente representar mais uma ação legítima do direito a liberdade de expressão e de comunicação.

Na semana passada, quinta-feira, 25 de agosto, as rádios comunitárias em todo o Brasil realizaram um dia de mobilização nacional. No Brasil entre as licenciadas, esperando autorização e as chamadas rádios livres têm cerca de sete mil emissoras.

(mais…)


Manifesto da Rádio Várzea Livre

QUEM COMUNICA SE ESTRUMBICA!

Por qualquer que seja o meio ou maneira, comunicar é inerente ao ser humano. Lutamos pela nossa liberdade de expressão como se tentássemos escapar de leões famintos. E embora este seja um direito nosso, assegurado pela Declaração Universal dos Direitos Humanos, os leões seguem impunemente tocando o terror. São eles, os donos do poder, monopolizadores da mídia, latifundiários do ar, políticos, padres e pastores, cínicos de toda espécie. E nós somos apenas criaturas alegres e indesejáveis ocupando os meios, movendo-nos.

É verdade que a parafernália tecnológica das grandes emissoras de TV, rádio, jornais e mega portais da internet não comunica. Para nós, comunicar implica o diálogo horizontal entre as pessoas. A troca de experiências e de conhecimento é o que move o ideal de uma comunicação livre, onde debates e manifestações ignorados pela grande mídia encontram o seu canal de transmissão. A profusão de informações que se acumulam a partir de um único emissor tem lógica irracional, monocultural, servindo apenas ao controle capitalista das massas e à desinformação do povo.

Negamos as relações hierárquicas nos meios de comunicação livre. Não há editor chefe ou patrão que dite o conteúdo a ser veiculado. Rejeitamos a verticalidade nas decisões do coletivo, nossa prática é autogestionária, nossa rádio é livre e, principalmente, nosso microfone é aberto a qualquer um que queira fazer o seu programa, irradiar, tomar a palavra.

Não temos fins comerciais, partidários ou religiosos. Não aceitamos jabá, patrocínio ou financiamento. Não somos o fim, somos o meio.

Procuramos criar condições para uma experiência de atuação direta. A ideia é “produzir recebendo” e “receber produzindo”, uma via de mão dupla, onde somos ao mesmo tempo programadores e ouvintes, emissores-receptores. Não aceitamos a dominação cultural que nos querem impor os meios comunicação comerciais. Fizemos florescer um canal livre no espectro eletromagnético! A rádio está pronta para a apropriação das pessoas comuns, para realização de seus desejos, suas utopias.

Para quem se coloca politicamente diante da sociedade, a comunicação livre se realiza como uma atividade anticapitalista, pois nega o modo de produção e manutenção das relações sociais no sistema. A rádio livre subverte essa lógica e prova que outro modelo é possível, é urgente. Faça você mesmo ou morra!

(mais…)