OCUPANDO O LATIFÚNDIO ELETROMAGNÉTICO

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eu COMUNICO, você COMUNICA, a várzea COMUNICA: NÓS COMUNICAMOS!

   No dia 18 de fevereiro de 2013, segunda-feira, nós da Rádio Várzea Livre do Rio Pinheiros, participamos de um momento de interação/intervenção na matrícula dos novos ingressantes na Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo (FFLCH–USP).

 

Estávamos transmitindo livremente no vão do Prédio da História e Geografia com nossa antena, na frequência 107,1 FM, e também para o mundo todo pela internet, quando um homem, com crachá da USP se aproximou da rádio e ordenou que desligássemos o equipamento. Não bastou dois minutos de conversa pra ele começar a gaguejar e perceber que não serão ordens da administração que farão a gente se calar. No dia seguinte, o Ilustre diretor Sergio Adorno convocou uma reunião com os representantes discentes da FFLCH. Pauta única: “Rádio Pirata”. Uma reunião sobre a rádio várzea sem os membros da rádio várzea. Começando muito bem o seu mandato, Adorno.

 

     A Rádio Várzea Livre surgiu, durante a greve estudantil de 2002, para questionar o papel dos meios de comunicação existentes em nosso país e nesta universidade. Somos jovens e velh@s rebeldes e impuros que insistem em dizer e a propagar pelos ares o direito de se comunicar livremente e da forma como bem entendemos.

 

Durante esses dez anos temos enfrentado a repressão, independente do lado que ela venha. Esse não é o primeiro ataque que sofremos – seja daReitoria da USP, daAgência Nacional de Telecomunicações (ANATEL), da Polícia Federal ou degrandes corporações empresariais-midiáticas  (os neobandeirantes). Em 2011,2012,2004 e2006 — fomos atacados e resistimos em todos esses anos.

 

Desde o início de 2012, essa ilustre corja de aliados ganhou a companhia da direção central da FFLCH. Primeiro com Sandra Nitrini e agora com o tal do Sérgio Adorno (Não o original, o farsante mesmo). Estamos sendo insistentemente ameaçados e sabotados, na calada da noite, pela direção. Nossas antenas vêm sendo arrancadas, aos fins de semana, por ordem da direção.  

 

Nós já fomos a congregação, já fizemos reuniões com a direção e nada muda. Permanece o discurso sonso e mequetrefe de que “rádio livre é ilegal/ fere a lei/ é um crime/ Não há nada o que se possa fazer”. Parece incrível, mas a direção da FFLCH, juntamente com o silêncio das chefias de departamento, tem se colocado ao lado da violência da lei e se recusado a discutir e a provocar o debate sobre a comunicação no país.

 

Mesmo depois de irmos a congregação no ano passado falar sobre a Várzea e o movimento de rádios livres,  ainda somos obrigados a ouvir que a Rádio Várzea é pirata pelo diretor Adorno! Estamos dialogando com que tipo de gente? Surdo é que não são. REPETINDO, ENTÃO: Somos uma Rádio Livre, não somos piratas ( nós não estamos atrás do ouro…a gente sabe quem tá); não queremos fama nem glória, muito menos pedir espaço mostrando nosso currículo invejável de realizações acadêmicas, como o Adorno fez na campanha para se eleger diretor na ultima eleição da FFLCH.  Aliás, só uma eleição antidemocrática como essa poderia eleger uma pessoa como o Sérgio Adorno. Até o Serra seria eleito na FFLCH.

 

Ocupamos nosso espaço, existindo durante esses 10 anos, fazendo politica diariamente, seja através da OCUPAÇÃO DO LATIFUNDIO ELETROMÁGNETICO, das conversas acaloradas sobre assuntos que nos tocam, em formações ou ações coletivas no espaço universitário. Tudo sempre de maneira publica, pois ocupamos um espaço publico e dele não sairemos.

 

A direção diz que a rádio não pode continuar transmitido, mas que incentivaria e apoiaria uma semana sobre comunicação na USP.  Resposta: Nós não apreciamos quem pratica o famoso “me engana que eu gosto”! Nunca precisamos de apoio para discutir comunicação livre todos os dias nos últimos 10 anos. E não existe discussão sobre comunicação sem a Rádio Várzea no ar.

 

O que queremos, é perguntar:

Por que a FFLCH se nega a discutir a comunicação em todos os aspectos?

Por que não encaram a Várzea de frente, ao invés de ficar chamando reunião na sala da diretoria? Todo mundo sabe onde fica a Várzea.

Por que ficam judicializando a questão e se negando a tratar dela politicamente?

Por que quando confrontados no aspecto da lei com outras interpretações (Há muitos casos de vitória das rádios livres na justiça), eles desbaratinam com um “Veja bem, tem que ver isso aí direito, vamos olhar” e nunca olham?  

Quem está pressionando a FFLCH–USP, dizendo que a Rádio Várzea Livre deve ser fechada? Será que a Agência Nacional de Telecomunicações (ANATEL), e seu mito da interferência, tem algo a ver com essa história?

E a Reitoria da USP, também está pressionando o diretor da FFLCH–USP para que a rádio livre encerre suas atividades? Ou essa coerção é fruto, na verdade, de uma ação concertada das grandes corporações empresariais-midiáticas  (os neobandeirantes) – interessadas que estão em defender a parte que lhes cabe nesse latifúndio do espectro eletromagnético?

Rádio Livre derruba avião?

 

     2013 começa quente e a Radio Várzea Livre do Rio Pinheiros, conforme o período de cheias e a despeito da monopopólio capitalista, vai ocupando as várzeas do pensamento retrógrado digno de um corpo moribundo e seguirá vivão e vivendo enquanto não houver um milhão de Alices no Ar.

 

 

Rádio Várzea Livre do Rio PinheirosSINTONIZE E PARTICIPE! 107, 1 FM LIVRE!

FORA POLÍCIA DO MUNDO!