OCUPANDO O LATIFÚNDIO ELETROMAGNÉTICO

11/04 – Encontro de formação: O Machismo no meio dos meios de comunicação

Salve a Todxs!

Frmza?!

Nesta quinta-feira, dia 11/04, daremos seguimento aos nossos encontros de formação!

O tema dessa rodada é O MACHISMO NO MEIO DOS MEIOS DE COMUNICAÇÃO

o encontro é aberto à todxs!  às 18h, na rádio várzea – Espaço aquário – Prédio da História/Geografia da USP

Segue a lista completa de links e  mais dois textos que embasarão a nossa discussão

http://pt-br.protopia.wikia.com/wiki/Escutar_o_amarelo_-_a_geografia_e_o_calendário_da_diferença

https://rizoma.milharal.org/2013/03/29/a-construcao-do-masculino-dominacao-das-mulheres-e-homofobia-por-daniel-welzer-lang/

http://www.brasildefato.com.br/node/12167

https://www.nodo50.org/cntcatalunya/joomla/index.php?option=com_content&view=article&id=126:la-caida-del-imperio-macho&catid=45:antipatriarcal&Itemid=75

A mídia tradicional continua machista mesmo?

4 de Fevereiro de 2013

E você ainda tem duvida?

Os meios de comunicação são os principais mecanismos de opressão da vida e da liberdade e autonomia das mulheres, da manutenção do conceito de divisão sexual no trabalho no Brasil.Os veículos de comunicação são controlados por apenas dez famílias no país, dessas dez famílias pelo menos cinco tem ligações religiosas, tanto com a igreja católica, quanto coma a protestante, e pregam valores morais patriarcais, divulgando uma imagem da mulher na condição de mercadoria, submissa homem,e as outras cinco mantém o modelo tradicional , a nos induzir que devemos estar atentas a um padrão de beleza que possa ser consumido facilmente, mesmo que tenhamos de ser clientes habituais de farmácias que vendem fórmulas mágicas de emagrecimento ou clínicas de estética e academias nos dando a ilusão que para obter felicidade e bem estar temos que estar necessariamente preocupadas com o modelo de estética imposto associados a um padrão econômico cultural, que entra em conflito com o nosso discurso de autonomia e igualdade

A mídia ainda continua machista, quando o futebol, ou o Big Brother se tornam mais importantes do que casos de violência contra as mulheres. Com isso, eu me pergunto, quanto de vocês ouvem falar da Viviane Alves, por dia, na investigação ou em qualquer outro lugar? Quantas vezes você se lembra do caso da Eloá Pimentel? Quantas matérias você já viu sobre a lei Maria da Penha nos principais veículos de comunicação do país?

Na televisão, quando se fala de mulher, quais são os assuntos além de beleza, bem estar e saúde você vê? E como é ser uma mulher perfeita sendo obrigada a fazer diversos serviços domésticos como lavar, passar, cozinhar e ter que cuidar da casa e dos seus maridos?

Não basta ser mulher: tem de ser mulher, mantenedora, tem que lavar, passar, cozinhar, cuidar dos filhos, não pode estar triste deprimida (para isso existe os corretores de olheiras), sorridente e audaz, ela tem de fazer todas as suas tarefas, tilintando o salto Luis XV. Este é o formato ideal para mídia tradicional

São poucas as pautas que tratam do que realmente importa na vida das mulheres, a autonomia, o respeito e a igualdade.

Frequentemente vemos nas revistas artigos que mostram as mulheres que modificam a cor e o corte do cabelo, corpos, novas modas estéticas, novos chás, novas tecnologias que vão trasformar a vida da mulher em algo mais prático para os afazeres habituais. Ninguém está dizendo aqui para só falarmos de dicursos politícos, mas é um saco olhar a tv e assistir programas com mulheres de biquini expondo seus corpos publicamente de uma determinada forma pejorativo ou mesmo apresentando programas de fofoca, culinária ou beleza.

As novelas na sua maioria com aquele mesmo enredo chato, de mulher que se apaixona, trai, e é tratada como prostituta,limpando a casa, marido vem abraça etc, se bem que agora eles andam mascarando isso, dizendo que estão falando de temas como tráfico de mulheres e da situação da mulher de antigamente de um modo muito superficial. Óbvio. E sem gerar o mesmo interesse que geram quando o tema, é outro.

Mas quando o assunto é tratar da vida das mulheres, não aparece na globo, na record, no sbt, na bandeirantes, na rede tv, nos rádios, revistas e jornais. E, eventualmente, quando a matéria aparece, é completamente superficial e cheia de pré-conceitos, desvalorizando a luta dos movimentos de mulheres .

A mídia não se preocupa com questões sociais, e isso é um fato. E nas redes sociais vejo pouco interesse dos setores que se dizem progressistas em ajudar a causa feminista ou feminina, há muita presença virtual em determinados casos, e em outros temas considerados mais graves, não vejo repercussão.E enquanto ela, a mídia tradicional, puder manter este estereótipo, ela irá manter para continuar assegurando as suas bases burguesas solidificadas e monopolista, assim resta a pergunta final, se a midia que é o meio de comunicação mais influente não mudou. A opinião publica mudou?

Mas nós continuaremos nos manifestando até que sejamos todas livres!

 *Clareana Cunha é estudante de Ciências Sociais na Fundação Escola de Sociologia e Politica de São Paulo (FESPSP) e militante da Marcha Mundial das Mulheres- SP

A violência como instrumento de dominação

28 de Dezembro de 2012

*Por Clarisse Goulart Paradis

A violência contra mulher, também chamada de violência sexista continua sendo o principal instrumento de dominação das mulheres nesse sistema – capitalismo patriarcal. Ela atinge a todas as mulheres, independente de sua região, classe social e status econômico e pode ocorrer tanto no âmbito privado, quanto no âmbito público. Na maioria dos casos, a violência é exercida por pessoas que estão muito próximas das mulheres: maridos, amantes, namorados, pais, parentes, amigos e colegas de trabalho.

A violência é materializada de diversas formas – violência no âmbito da família e conjugal, violência sexual, tráfico, assédio moral e sexual no ambiente de trabalho, etc. Essas e outras formas de violência que atingem as mulheres são reflexos das desigualdades entre homens e mulheres. No sistema capitalista patriarcal, as mulheres e seus corpos são considerados coisas, propriedade dos homens e devem, portanto, sempre estar a seu dispor. Em alguns momentos, as situações de violência vêm na forma de controle e ciúme. Ao contrário do que a sociedade, muitas vezes, associa esses valores a provas de amor, sabemos que não passam de sentimentos legitimadores de violência.

Além disso, um dos principais recursos utilizados para que os culpados escapem da punição é transformar as mulheres de vítimas em rés. Dizer que “foi ela que provocou”, que ela estava vestida de forma insinuante são falácias comuns de que os homens dispõem para responsabilizar as mulheres pela sua própria agressão.

Segundo a Secretaria de Política para as Mulheres (SPM), de primeiro de janeiro a 30 de junho deste ano, foram registrados 388.953 atendimentos pelo Ligue 180, o que representa uma média de 2.150 registros por dia. De acordo com o Mapa da Violência, em 2011, o Ministério da Saúde registrou 70285 atendimentos de mulheres no SUS, por danos gerados pela violência.

A situação da violência contra as mulheres é tão grave que em fevereiro deste ano, foi instalada a Comissão Parlamentar Mista de Inquérito Contra a violência à mulher. Após seis meses houve prorrogação do seu prazo devido à quantidade de trabalho, relatórios e denúncias geradas. Seu objetivo primordial é o de investigar a omissão do poder público na aplicação da Lei Maria da Penha.

 

Chega de violência sexual

A violência sexual é uma forma de violência que tem sido extremamente banalizada e que está fundamentada em uma noção de que as mulheres estão sempre disponíveis para o prazer sexual dos homens. A sociedade, por sua vez, continua a naturalizar uma noção de que a sexualidade masculina é tanto incontrolável, como insaciável, o que “legitima” as agressões e crimes. A violação do corpo das mulheres é também utilizada como instrumento em guerras e conflitos, como no bárbaro caso de estupro de uma indígena Guarani-Kaiowá, em pleno conflito de terras no Mato Grosso do Sul. Na cidade de Queimadas, na Paraíba, em fevereiro deste ano, nove homens estupraram 5 mulheres durante uma festa realizada por eles com o intuito de “presentear” o aniversariante com o estupro dessas mulheres. Foi um episódio revoltante, que não encontra no vocabulário uma palavra capaz de traduzi- lo. Em outubro, a banda baiana New Hit foi acusada de estuprar duas fãs que buscavam autógrafos e fotos dos integrantes. Durante o programa da Globo Big Brother, assistimos em tempo real, uma participante do programa ser estuprada depois de uma festa. Recentemente, a marca de camisinha Prudence veiculou uma propaganda incitando o ato sexual não consentido. Esses exemplos demonstram tanto o nível de violência e crueldade, quanto de descaso e naturalização desses crimes. Por outro lado, as vítimas são expostas, sua palavra é colocada em dúvida e, muitas vezes, a justiça não acontece, obrigando essas mulheres a se isolarem e viverem com medo e com ameaças. Em 2011, 13.000 mulheres foram atendidas no SUS, vítimas de violência sexual no Brasil.

Quem ama não mata

Sabemos que os crimes ditos “passionais” representam também a materialização do machismo e do patriarcado. Os criminosos tratam suas vítimas como coisas, objetos de sua posse, que não podem contrariá-los. Segundo o Mapa da Violência, o Brasil é 7º país que mata mais mulheres no mundo, com uma taxa de 4.4 assassinatos para cada 100 mil mulheres.

O número de mortes por meio de estrangulamento e facadas é muito maior quando as vítimas são mulheres do que homens, o que denota uma motivação machista, implicando sofrimento e dor. As ameaças e os crimes fazem parte de um esquema de controle das mulheres. Muitas vezes, estas pagam com a vida por exercer sua autonomia e por dar fi m a uma relação violenta e desrespeitosa. “Quem ama não mata” foi lema do movimento feminista nos anos 80 para denunciar os assassinatos de mulheres. Os homens não matam por amor, mas barbaramente por não aceitar a autonomia das mulheres, as suas escolhas e formas de agir. No Brasil, 41% dos assassinatos de mulheres ocorre dentro de casa e a maior parte das vítimas tem entre 15 e 29 anos.

*Clarisse Goulart Paradis é militante da Marcha Mundial das Mulheres em Belo Horizonte, Minas Gerais.

 

 

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