OCUPANDO O LATIFÚNDIO ELETROMAGNÉTICO

Nota nº 1: Comentários acerca dos casos de assédio e homofobia ocorridos na festa Osama Bin Reggae

A 11a semana de Resistência Osama Bin Reggae se encerrou no dia 13 de setembro com a tradicional festa. Os coletivos envolvidos na organização desse evento vem por meio dessa nota prestar esclarecimento sobre alguns fatos ocorridos durante a festividade que se deu na Universidade Pública de São Paulo.
Muitos fatos positivos ocorreram nesse dia: a ocupação do espaço público, o encontro de pessoas de distintas partes da cidade, a promoção de bandas independentes, entre outras coisas. Entretanto, decidimos nos posicionar diante de fatos que aconteceram na festa e que consideramos
lamentáveis, não condizentes com o espírito do Osama Bin Reggae.
Nos surpreendeu a quantidade de pessoas que se queixaram de sofrer com homofobia e de mulheres que sofreram com assédio. Sabemos que se trata de uma festa pública e massiva e que, dessa forma, acaba reproduzindo o machismo de nossa sociedade. Porém, é necessário deixar claro que o Osama Bin Reggae prega a liberdade ao extremo e não compactua com esse tipo de atitude, pelo contrário, a repudia. Desprezamos os “malandrões” que querem agarrar uma menina a força e aqueles que zombam de um casal homossexual. Essas posturas não são bem-vindas em nenhuma de nossas atividades.
Entendemos também que toda festa que se propõe a abaixar os muros(cada vez mais altos) que separam a universidade do restante da sociedade sabe que trará consigo suas contradições e violências. Sabemos também que mesmo dentro desses muros tais violências e preconceitos são reproduzidos cotidianamente pela “elite intelectual”, o que mostra o peso e a necessidade de se fortalecer os que lutam para transformar esse quadro.
Ainda assim e por conta disso fica evidente a importância de nosso posicionamento público diante dos lamentáveis acontecimentos. Buscamos por meio desse comunicado dizer de forma clara que o Osama bin Reggae está sempre do lado do oprimido e nunca sendo condescendente com a opressão, seja ela qual for.
Queremos uma ocupação do espaço público que abranja a todxs, na qual cada um(a) tenha autonomia e soberania sobre seu corpo. Sabemos que não é possível transformar certas atitudes de uma sociedade que é machista e homofóbica com uma nota, porém achamos importante marcar uma posição enquanto coletivo que promove o Osama Bin Reggae.

Viva a liberdade e a resistência até o final.

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